“Através do conhecimento da respiração, a vida pode mudar. Através de uma técnica simples e natural, a vida se abre para novas possibilidades.” A afirmação é do indiano Sri Sri Ravi Shankar, guru espiritual e fundador da Arte de Viver (Art of Living), organização internacional criada em 1981.
Técnicas de respiração são a base tanto para a prática da meditação quanto para a da yoga. E ambas atividades têm relação estreita com a saúde mental.
Para Shankar, “meditação é a jornada do som para o silêncio, do movimento para a calmaria, de uma identidade limitada para um espaço sem limites.” Em outras palavras: “meditação é desconcentração”.
Ela ajuda a reduzir sintomas de depressão, melhora a autoestima e a comunicação, além de contribuir para a paz interior. Dessa forma, diminui os níveis de estresse ao mesmo tempo em que aumenta a clareza da mente.
Já a yoga, conforme diz o mestre indiano, “te dá o poder de se sentir do jeito que você quer se sentir, a qualquer momento, sem ser vítima dos seus próprios sentimentos. Yoga te faz uma pessoa independente”. Ele vai além, ao afirmar que a sabedoria da yoga transforma a pessoa.
As duas práticas não só fazem bem para a mente, mas também para o corpo. Elas melhoram dores crônicas, reduzem a frequência cardíaca, controlam a pressão arterial.
Fazer meditação e/ou yoga também impacta positivamente no sono, o que traz benefícios à saúde física e mental.
“Nós precisamos fazer um processo de limpeza dentro de nós”, disse Sri Sri Ravi Shankar. “Durante o sono nos livramos do cansaço, mas o estresse mais profundo permanece em nosso corpo.” A técnica de respiração que ele desenvolveu, chamada Sudarshan Kriya, “purifica o sistema por dentro”, completou.
O que diz a ciência sobre a meditação
Há alguns anos, a meditação tem sido foco de estudos científicos. Uma das técnicas mais estudadas nos últimos tempos é a chamada mindfulness, que em português significa “atenção plena”.
A principal característica do mindfulness é que, no momento meditativo, a atenção esteja focada, nem no passado e nem no futuro, mas no tempo presente.
Um dos resultados impressionantes desses estudos foi feito por pesquisadores da Harvard Medical School (EUA): graças à mindfulness houve aumento da espessura da massa cinzenta do cérebro dos participantes dos testes.
Isso significa que em determinadas áreas do cérebro ocorreu um aumento no número de neurônios, depois de oito semanas de meditação. O estudo sugeriu que essa alteração da massa cinzenta está relacionada, entre outras coisas, à melhora do bem-estar.
“Demonstrando aumentos morfológicos em regiões associadas à saúde mental, os dados apresentados aqui sugerem um mecanismo neural subjacente plausível, a saber, que tais aumentos representam mudanças duradouras na estrutura do cérebro que poderiam apoiar a melhoria do funcionamento mental”, conforme consta no estudo, intitulado “A prática de mindfulness leva a aumentos na densidade regional da massa cinzenta do cérebro”.
Pela crença indiana, a meditação libera toxinas, reduzindo o acúmulo de emoções negativas. O resultado para o praticante é maior tranquilidade, paz e felicidade.
A meditação também promove o autoconhecimento e permite que a pessoa tenha uma percepção mais holística da vida. Vários outros benefícios podem ser colhidos ao meditar regularmente, tais como:
- Reduz o nível de estresse, de ansiedade e de dores crônicas
- Reforça o sistema imunológico
- Melhora a capacidade de concentração, de memorização e de raciocínio
- Desenvolve a criatividade
- Equilibra o campo emocional
Diferença entre yoga e meditação
Segundo Adriana Camargo, professora de educação física e yoga, as duas práticas, juntas ou separadas, têm o poder de transformar nossas vidas para muito melhor.
“A meditação tem como objetivo a estabilidade mental através do ‘esvaziamento’ da mente, e o yoga (sic) como filosofia compreende a estabilidade do ser com um todo e consigo mesmo, física e mentalmente”, escreveu Adriana na sessão Eu Atleta, no site do Globo Esporte.
“A meditação é um dos ‘degraus’ do yoga (sic), que desliga os sentidos do praticante das distrações externas”, completou ela.
Além de trabalhar o condicionamento físico, Adriana diz que, conforme evidências científicas, “o yoga (sic) pode promover crescimento de determinadas áreas do cérebro relacionadas ao equilíbrio e à força e também estimular plasticidade cognitiva ao gerar um treinamento intensivo mental”.
Autocuidado em foco
Seja meditação, seja yoga, ou até as duas juntas, o que importa é que as atividades entram no rol de autocuidados que todas as pessoas deveriam ter entre suas prioridades.
Com ou sem depressão ou ansiedade ou alguma outra doença, quando alguém consegue a paz interior, ela tem uma melhor qualidade de vida e relacionamentos mais saudáveis com as outras pessoas, causando impactos mais positivos, que podem ressoar na sociedade.
Namastê!
Fontes:
https://www.artofliving.org/br-pt/node/25666
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3004979/