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Atividades para estímulo cognitivo

Pacientes com doença de Alzheimer colhem muitos benefícios quando suas funções cognitivas são estimuladas. Isso deve ser feito no dia a dia, mas não substitui o tratamento recomendado pelo médico. 

Quer saber o que é estímulo cognitivo e quais atividades são indicadas para quem tem Alzheimer? Então, acompanhe este post.

Antes de mais nada, é bom lembrar que cognição é a capacidade que uma pessoa tem de captar informações, transformando-as em conhecimento. 

Desde que nascemos nos deparamos com uma série de informações todos os dias, que são captadas pelos nossos cinco sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato). A partir disso, o cérebro faz a interpretação de cada informação, que pode se transformar num novo aprendizado.

Esse processo cognitivo ocorre durante toda a vida e é o que leva a pessoa a ser de um determinado jeito e a reagir de forma específica. Até porque as principais funções cognitivas são a memória, o pensamento, a percepção, a linguagem, a atenção e a aprendizagem.

Quando a pessoa é acometida pelo Alzheimer, ocorre uma deterioração progressiva de áreas no cérebro. Apesar de ainda não se ter chegado a uma cura para essa doença, os tratamentos médicos, terapias e atividades auxiliares podem ajudar a diminuir a progressão da doença, assim como melhorar a qualidade de vida da pessoa.

É aí que entra o estímulo cognitivo, o qual trabalha as funções cognitivas, ajudando a proteger a deterioração que ocorre no cérebro. Essa estimulação acontece quando o paciente é envolvido em atividades, mas de forma prazerosa.

Atividades indicadas para Alzheimer

São muitas as atividades que trazem benefícios à mente de um paciente com Alzheimer. Confira algumas sugestões:

1 – Atividades na cozinha

Todos nós sabemos que são várias as tarefas cotidianas na cozinha, não é mesmo? Se você mora ou cuida de uma pessoa com Alzheimer, acostume-se a pedir ajuda a ela na cozinha. 

É claro que depende da condição do paciente e do quadro da doença. É preciso também ter todo o cuidado com a segurança da pessoa em relação ao que pode machucá-la ou que exija muito esforço físico. 

Algumas atividades em que ocorre estimulação cognitiva nessa parte da casa são:

  • “Catar” feijão, separando os grãos que serão preparados.
  • Passar o pano na mesa.
  • Mexer os ingredientes na tigela ou na panela.
  • Listar mentalmente, junto com você, o que vai precisar para deixar a mesa posta para a refeição.
  • Colocar louças, talheres e copos na mesa.
  • Organizar o caderno de receitas.
  • Arrumar a despensa, um armário ou uma gaveta.
  • Estimular cálculos, como dobrar ou diminuir uma receita.

2 – Fotografias

Como as fotos geralmente remete a um passado, elas se tornam ferramentas muito eficazes para estimular a cognição. É bom lembrar aqui que quem sofre de Alzheimer tem prejuízo na memória recente, e muitas vezes preserva a memória do passado.

Então, pegue um álbum de fotos da família, pergunte sobre as pessoas que estão na imagem, sobre o local em que a foto foi tirada. Peça para a pessoa contar como eram as coisas naquela época.

No site Alzheimer 360, está dito que “o importante é fazer essa pessoa recriar esses acontecimentos em sua mente, estimulando a memória. Se forem pessoas amadas e momentos felizes, melhor ainda! Afinal, nada melhor do que recordações que mexem com nossa memória afetiva, não é mesmo?”

3 – Religiosidade

Se o paciente tinha uma religião, desenvolva atividades ligadas a ela. Pode ser conversando sobre as crenças e a fé; lendo livros sagrados; rezando ou orando; indo à missa ou culto. Segundo o Alzheimer 360, há nesses pacientes um despertar de bons sentimentos, como amparo, acolhimento e fé.

4 – Calendário

A doença de Alzheimer afeta a localização de tempo e espaço do paciente. Então, uma boa dica é manter um calendário grande e que fique em lugar bem visível. O ideal é que seja no quarto do doente.

O Alzheimer 360 sugere que, “ao acordar, peça para a pessoa com Alzheimer circular o número do dia de hoje. No fim do dia, peça para ela fazer um “x” em cima do número (para simbolizar que o dia acabou). Essa é uma forma muito eficaz de localizar a pessoa no tempo!”

5 – Relembrar nomes de objetos

Esta dica do site Alzheimer 360 também é muito simples de ser aplicada no dia a dia. Por ela, o cuidador deve perguntar para o paciente, vez ou outra, os nomes de objetos que estiverem por perto.

Para que o doente não se sinta testado, o cuidador ou familiar pode fazer assim: “Como se chama mesmo esse objeto? Acredita que me esqueci? Para que ele serve mesmo?”

6 – Atividades rotineiras

No dia a dia, pequenas coisas podem ser utilizadas como estímulos cognitivos. Por exemplo, pedir que o paciente escolha a roupa que vai vestir; ao entrar no elevador, pedir para que aperte o número do andar – ou então perguntar “qual é mesmo o andar do apartamento?”, justificando que teve um “branco”. 

Se o doente gosta de assistir todos os dias um programa na TV, mostre interesse no conteúdo, perguntando de vez em quando o número do canal, o horário de exibição, nome do ator ou apresentador etc.

Aqui há um “mar” de possibilidades. Use a criatividade!

7 – Brincadeiras e jogos

Há muitos jogos e brincadeiras que estimulam o cérebro, como quebra-cabeças, palavras cruzadas, charadas, exercícios de lógica, xadrez e muitos outros jogos de tabuleiro… A escolha vai depender do que dá prazer para a pessoa que tem Alzheimer. 

Ler – ou mesmo folhear – revistas e gibis pode despertar a atenção e trazer bem-estar para pacientes, assim como desenhar, pintar e se dedicar a algum tipo de artesanato. Outra atividade indicada é ouvir músicas – e se cantar junto, tendo que relembrar a letra, melhor ainda.

Alguns cuidados importantes

A lista de possibilidades é quase infindável. Entretanto, para surtir o efeito desejado, existe uma regra fundamental: o paciente precisa ficar feliz com a atividade. Não adianta impor um jogo, um exercício ou qualquer outra coisa que não desperte a atenção e o bem-estar do doente de Alzheimer.

Por isso, é importante identificar e desenvolver atividades, entre tantas disponíveis, que a pessoa vai curtir. Procure saber o que ela gostava de fazer no passado ou, pelo menos, com o que tinha afinidade.

Além disso, a forma como será aplicada a atividade também deve ser sutil, isto é, o paciente não pode entender que aquilo é para lhe testar, por exemplo. E quem está aplicando o estímulo precisa ter calma e respeitar o tempo do paciente para responder. Assim, evitamos causar mal-estar, levando a pessoa a se sentir incapaz. 

Apesar de o estímulo cognitivo ser eficaz se for frequente, não exagere na quantidade de atividades diárias. O paciente pode se sentir sobrecarregado, cansado, estressado e até ficar angustiado e triste. E, com certeza, não é esse nosso objetivo com o estímulo cognitivo, certo?

Fontes:
https://www.significados.com.br/cognicao/
http://alzheimer360.com/estimulo-cognitivo-alzheimer/


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