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Retorno ao trabalho em tempos de pandemia

Não transcorreu nem um mês desde o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus, no dia 25 de fevereiro de 2020, até o Estado de São Paulo entrar em quarentena, no dia 24 de março – uma semana antes, no dia 17, as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro já haviam decretado estado de emergência.

No início da quarentena em São Paulo – momento em que o Brasil registrava 2.210 casos da Covid-19, sendo 46 mortes –, o comércio foi obrigado a fechar suas portas. Somente os serviços essenciais (saúde, alimentação e segurança) foram mantidos. 

Um contingente imenso de pessoas foi recomendado a manter o isolamento social. A quarentena, inicialmente, estava prevista para ir até o dia 7 de abril, mas foi sendo sucessivamente estendida. A maior parte das pessoas passou a trabalhar em home office. 

A flexibilização começou aos poucos em junho, com autorização de reabertura parcial do comércio, incluindo lojas em shopping centers. Entretanto, as empresas mantiveram muitos profissionais em home office, incluindo os que desempenhavam funções que dispensam a presença física e as pessoas do grupo de risco.

No segundo semestre, o retorno ao escritório foi ampliado, mas ainda longe do período pré-pandemia. A questão é: como se sentiram as pessoas que voltaram ao trabalho presencial?

Medo e ansiedade

Difícil encontrar quem não ficou abalado com a pandemia de Covid-19. Não bastasse o medo de contágio já instaurado, a insegurança com o futuro, a dor por ter perdido familiares e/ou amigos, quem voltou ao trabalho ganhou mais uma preocupação: ser infectado e levar o vírus para dentro de casa, depois de retornar do trabalho. Tudo eleva o nível de ansiedade.

Porém, já que a grande maioria não pode se dar ao luxo de parar de trabalhar, para ficar resguardado em casa, a solução é, como diz um velho ditado, “dançar conforme a música”.

Seus medos e sua ansiedade fazem sentido, e não devem ser “camuflados”, ou seja, não precisa esconder seus sentimentos de familiares, colegas ou chefes. Aliás, muitas empresas estão oferecendo suporte emocional para seus funcionários. Não hesite em recorrer a esses serviços oferecidos pelo empregador. 

Muitas pessoas estão com a ansiedade e o medo à flor da pele, o que é totalmente esperado. Conforme o artigo “Medo pandêmico” e Covid-19: carga e estratégias de saúde mental, publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, “Durante as epidemias, o número de pessoas cuja saúde mental é afetada tende a ser maior do que o número de pessoas afetadas pela infecção.”

O artigo, que analisou outros eventos marcantes como o atentado de 11 de setembro nos Estados Unidos, o incêndio da boate Kiss no Brasil, o surto de Ebola na África Ocidental, vai além: “As tragédias do passado mostraram que as implicações para a saúde mental podem durar mais e ter maior prevalência do que a própria epidemia e que os impactos psicossociais e econômicos podem ser incalculáveis ​​se considerarmos sua ressonância em diferentes contextos”.

Estratégias de autocuidado

Entretanto, muito está somente em seu próprio poder. Vá exercer suas funções, mas não esqueça de todo o aprendizado que a pandemia nos trouxe: use máscara, mantenha distância de um metro e meio das outras pessoas (quando possível, já que é inviável ao entrar dentro de um ônibus ou metrô), lave suas mãos com frequência, leve sempre uma embalagem de álcool gel e use-o sempre que necessário. 

Essas medidas servem para a proteção contra o novo coronavírus. Entretanto, é fundamental também cuidar da saúde mental, tão fragilizada durante esse período de pandemia, e também do sistema imunológico. Para isso, há várias iniciativas, como:

  1. Alimentar-se bem, nunca “pulando” refeições e nem deixando de lado verduras, legumes e frutas. Lembre-se: quanto mais coloridos forem os alimentos em seu prato, melhor. Evite, em excesso, sal, frituras e embutidos, além do açúcar.
  2. Beba cerca de 2 litros de água, incluindo chás sem açúcar, todos os dias.
  3. Pratique atividades físicas regularmente.
  4. Reserve um tempo para você se dedicar a hobbies (ligados à arte, à música, à natureza etc.), meditação, yoga, religião. O importante é escolher a atividade – ou as atividades – que lhe traga prazer.
  5. Mantenha contato com as pessoas queridas, mesmo que virtualmente.
  6. Pense positivo. Isso até pode exigir um esforço, mas o resultado vale a pena.

Quer saber mais como cuidar de si mesmo? Então confira “Autocuidado na prática: dicas para transformar seu dia a dia” (https://www.portalpositivamente.com.br/cuidados/autocuidado-na-pratica-dicas-para-transformar-seu-dia-a-dia/

Nova onda da pandemia

Enquanto ainda estamos nos acostumando a voltar a essa “nova” rotina de trabalho, agora assistimos, neste final do ano, surgir uma nova onda de transmissão do novo coronavírus – todos os municípios de São Paulo, por exemplo, retornaram à fase amarela, desde 2 de dezembro, com restrições de funcionamento aos estabelecimentos comerciais.

O que nos resta é respirar fundo, reforçar os auto cuidados essenciais, manter a ansiedade e os medos sob controle… e aguardar os próximos capítulos.

Fontes:

http://www.bjp.org.br/details/943/

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