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Alzheimer, o tipo mais comum de demência

“Eu não estou sofrendo; estou lutando. Lutando para ser parte das coisas, para me manter ligada à pessoa que eu era.” Essa é uma das falas mais marcantes da atriz Julianne Moore, a protagonista do filme Para Sempre Alice, de 2015. Sua atuação, inclusive, rendeu-lhe o Oscar de Melhor Atriz.

Conceituada professora de linguística, a Dra. Alice Howland começa, aos poucos, a esquecer certas palavras e a se perder pelas ruas de Manhattan, em Nova York (EUA). O filme mostra o impacto quando Alice é diagnosticada com Alzheimer e a importância de toda a família se manter unida.

Perda de memória e confusão são alguns dos principais sintomas da Doença de Alzheimer. Trata-se do tipo mais comum de demência, que degenera o cérebro. Ela é crônica e progressiva.

É uma das causas de morte que mais cresce no mundo, conforme a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). Pelo Relatório Mundial de Alzheimer 2019: Atitudes em Demência, cujos dados foram analisados pela Escola de Economia e Ciência Política de Londres (LSE), havia 50 milhões de pessoas vivendo com demência no ano passado. A previsão é de chegar a 152 milhões em 2050. O Relatório abrangeu 155 países e territórios.

Entendo o cérebro

Quase tudo o que fazemos, como andar, falar, pensar, aprender, memorizar etc., tem origem e é comandado pelo cérebro. Ali, os neurônios (células nervosas) se comunicam entre si através de sinais, emitidos por impulsos elétricos e substâncias químicas. Para assim, termos as ações e reações.

Quando um paciente tem Alzheimer, o processamento das proteínas na região cerebral, o que ocorre para a comunicação entre os neurônicos, não funciona corretamente, deixando fragmentos dessas proteínas, que se tornam tóxicas. Isso provoca a degeneração dos neurônios e da conexão entre eles, levando essas células à morte.

A evolução do Alzheimer

Segundo o Ministério da Saúde (MS), a evolução da doença pode ser dividida em quatro estágios, que avançam lentamente. 

  1. Inicialmente, o paciente apresenta alterações na memória de fatos recentes, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais. 
  2. Em seguida, surgem dificuldades para falar, coordenar movimentos e realizar tarefas simples. O paciente pode ainda ficar agitado e sofrer de insônia.
  3. Neste estágio, o doente se mostra resistente à execução de tarefas diárias e tem dificuldades em comer. Pode deixar de ter controle da urina e fezes (incontinência), assim como o controle de movimentos (deficiência motora) pode ficar ainda mais prejudicado.
  4. Na última fase, a pessoa fica acamada o tempo todo, para de falar, tem dor para engolir e fica suscetível a infecções recorrentes. 

“Nos casos mais graves do Alzheimer, a perda da capacidade das tarefas cotidianas também aparece, resultando em completa dependência da pessoa. A doença pode vir ainda acompanhada de depressão, ansiedade e apatia”, destaca o MS.

Sintomas da doença

De acordo com o Guia de Doenças e Sintomas, do Hospital Israelita Albert Einstein, lentamente as funções cerebrais vão sendo comprometidas. Entre essas funções estão: memória, linguagem, cálculo e comportamento. Com o avanço da doença, o paciente perde a autonomia e a capacidade para executar as atividades do cotidiano.

O Ministério da Saúde indica alguns sinais que podem indicar o Alzheimer:

  • falta de memória para acontecimentos recentes;
  • repetição da mesma pergunta várias vezes;
  • dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
  • incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
  • dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos;
  • dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais;
  • irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento.

Diagnóstico e tratamento

Não há um exame específico que leve ao diagnóstico da doença de Alzheimer. O médico, geralmente um psiquiatra geriatra ou neurologista especializado na patologia, se baseia na história do paciente, incluindo as mudanças ocorridas, além de seguir pela exclusão de outras doenças. A avaliação neuropsicológica ajuda no diagnóstico.

Apesar de não ter cura, o tratamento é feito com medicamentos que reduzem a velocidade de avanço da doença e seus respectivos sintomas. Além de conforto e de alívio aos sintomas, o paciente medicado obtém uma melhor qualidade de vida.

“O diagnóstico precoce, o tratamento adequado e em tempo oportuno é fundamental para possibilitar o alívio dos sintomas e a estabilização ou retardo da progressão da doença”, como consta no site do MS.

Tem como se prevenir?

Não se sabe o que leva uma pessoa a desenvolver a Doença de Alzheimer, mas a classe médica acredita que o principal fator é a genética. Além disso, ela se manifesta principalmente na terceira idade, ou seja, tem o fator do envelhecimento.

Até pelo desconhecimento das causas, não há uma solução definitiva para evitar esse adoecimento. Entretanto, muitos profissionais creem que é possível retardar, ou quem sabe até inibir, a manifestação do Alzheimer, como consta no site do MS.

As principais estratégias que podem prevenir da doença são:

  • Manter a mente ativa: estudar, ler, pensar.
  • Fazer exercícios de aritmética.
  • Jogar games que fazem pensar e traçar estratégias.
  • Ter vida social, prezando por atividades em grupo e conexão frequente com outras pessoas.
  • Não fumar.
  • Não consumir bebida alcoólica, pelo menos em excesso.
  • Ter alimentação saudável e balanceada.
  • Praticar atividades físicas regulares.

Sem dúvida, essas atividades e hábitos fazem bem para a saúde mental e, quem sabe, também para as nossas conexões cerebrais.

Fontes:

https://saude.gov.br/saude-de-a-z/alzheimer#:~:text=Alzheimer%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a%20neurodegenerativa,agravam%20ao%20longo%20do%20tempo.

https://www.einstein.br/guia-doencas-sintomas/info/#5



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