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Como lidar com um parente esquizofrênico?

Se convive com uma pessoa diagnosticada com Esquizofrenia, este texto é para você. Na verdade, foi escrito para ajudar a melhorar as relações entre o paciente com os familiares e cuidadores, sem a pretensão de minimizar os desafios diários dessa convivência. 

Conhecer os meandros da doença é a base para saber lidar melhor com o parente esquizofrênico no dia a dia. Por isso, o familiar que tiver maior clareza sobre a esquizofrenia deve compartilhar seu conhecimento com os demais, sejam da família, sejam amigos que habitualmente têm contato com o doente, assim como com o cuidador contratado, se houver.

Ao entender que o esquizofrênico tem um desequilíbrio em circuitos cerebrais e, por isso, não tem controle de algumas reações e comportamentos, fica mais fácil derrubar tabus e preconceitos e aceitar situações que venham a ocorrer. 

É preciso compreender que o esquizofrênico tem seu próprio modo de pensar, de sentir e de se comportar socialmente. Seu particular ponto de vista é diferente de um indivíduo saudável. Aí está a justificativa por ele ser, geralmente, indiferente no aspecto afetivo e por apresentar tendência ao isolamento social. 

Tentar se colocar frequentemente no lugar do parente esquizofrênico, com todas as suas particularidades, ajuda a saber a melhor forma de agir e de falar com ele, evitando momentos de estresse, o desgaste da relação e até reações não desejadas.

“O amor e o apoio da família são ingredientes importantes para o tratamento e a recuperação da pessoa que sofre de esquizofrenia. Se alguém próximo a você sofre desta doença, você pode fazer uma grande diferença na vida desta pessoa, ajudando-a a encontrar o tratamento certo, a lidar melhor com os sintomas e a pavimentar seu longo caminho da recuperação”, destacou num artigo de sua autoria o Dr. Leonardo Palmeira, psiquiatra e editor do Portal Entendendo a Esquizofrenia.

Postura diante da Esquizofrenia

O Dr. Palmeira, em seu artigo, enumera quatro pontos fundamentais para que alguém possa ajudar um parente com Esquizofrenia:

  1. Aceite a doença e suas dificuldades.
  2. Seja realista em relação ao que você espera da pessoa que tem Esquizofrenia e de você próprio.
  3. Tenha senso de humor.
  4. Procure fazer o melhor para ajudar seu parente a se sentir bem e aproveitar a vida, preste a mesma atenção às suas necessidades e mantenha a esperança.

O que evitar?

Algumas atitudes diante do esquizofrênico devem ser evitadas, para não provocar reações indesejadas. O que devemos evitar:

  1. Falar com tom de voz agressivo ou severo vai afastar ainda mais o ente querido.
  2. Criticar, recriminar, repreender ou debochar do parente esquizofrênico pode desencadear um estado de estresse.
  3. Super proteger e tomar à frente de todas as atividades e tarefas podam a autonomia e capacidade do doente, que acaba desistindo de ter iniciativa.
  4. Desorganização e falta de rotina prejudicam a compreensão do parente com Esquizofrenia, o que impacta negativamente a convivência com os outros e a qualidade de vida.
  5. Deixar de dar atenção ao doente, assim como não elogiar as iniciativas, reduz os laços afetivos.
  6. Dedicar-se 100% ao ente querido com a doença, deixando de lado seu próprio bem-estar, pode prejudicar a saúde mental de quem cuida do esquizofrênico. O cuidador pode se sentir mais estressado, ter noites mal dormidas e menos disposição.

Além de tudo isso, não se deve abrir mão de apoio. Seja de parentes que façam um revezamento nos cuidados, seja de profissionais como psicólogos, que podem ajudar a reestruturar as ações junto ao doente para colher benefícios com a convivência. E não hesite em participar de grupos de apoio, que costumam trazer alívio ao saber que não se está sozinho nessa jornada. 

Fontes:

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