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Como melhorar a qualidade de vida do paciente com Alzheimer

O paciente com Alzheimer, principalmente com a doença em estágio avançado, raramente tem consciência do que ocorre ao seu redor. Por exigir atenção e cuidados o tempo todo, aqueles que cuidam dele ou passam muito tempo ao seu lado precisam estar bem emocional e mentalmente, além de entenderem o que se passa com o paciente. Só assim é possível garantir qualidade de vida ao doente.

De acordo com o Dr. Drauzio Varella, a evolução do Alzheimer pode ser dividida em três estágios: inicial, moderado e avançado. Sabe como agir em cada um deles? 

De modo geral, receber o diagnóstico de Alzheimer causa um profundo impacto em todos, paciente e familiares. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ), é o momento de buscar informações sobre a doença, os sintomas e tratamentos; e aceitar o diagnóstico. 

A ABRAZ informa que, conforme a doença avança em gravidade, há a necessidade de garantir a segurança física e emocional do paciente. A forma de relacionamento e de comunicação deve ir se adaptando no decorrer dos estágios da doença, assim como vai sendo intensificado os cuidados, já que o paciente se torna cada vez mais dependente.

É muito importante, entretanto, que as pessoas que convivem com o doente de demência demonstrem afeto e busquem manter uma interação com ele.

Por se tratar de uma doença progressiva, os cuidados no dia a dia dependem da gravidade da doença e respectivas dificuldades do paciente. Listamos algumas dicas de cuidados diários para ajudar quem passa bastante tempo com um paciente com Alzheimer.

1 – Ter uma rotina diária

Quando as atividades e tarefas do cotidiano seguem uma ordem, com horários mais definidos, o doente se sente mais seguro. A desordem gera confusão na mente de quem sofre de qualquer tipo de demência, segundo a Dra. Maramélia Miranda, neurologista clínica, em seu blog iNeuro.com.br.

Portanto, crie hábitos rotineiros para o despertar, o banho, as refeições, os passeios, assim como para as atividades que o paciente ainda tenha autonomia para executar.

2 – Dar autonomia

Precisamos deixar o paciente fazer tudo aquilo que ainda consegue. Isso gera confiança no doente e alivia a sobrecarga de quem cuida dele. Entretanto, para isso, é necessário ter calma, porque o paciente, por suas limitações, deve executar as coisas com maior lentidão. 

Então, ter paciência e ajudá-lo somente no que for realmente necessário. “Confie em mim… Isso fará com que o declínio para (o paciente) fazer estas tarefas seja mais lento”, avisa a Dra. Miranda.

3 – Simplificar tudo

Para facilitar, simplifique. Ou seja, na hora de escolher uma roupa para vestir, por exemplo, dê somente duas opções. Muitas alternativas podem deixar o doente mais confuso.

Outro exemplo é quando alguém dá instruções para o paciente executar alguma tarefa. Como uma receita de bolo, não diga tudo de uma vez, mas o passo a passo: bata os ovos; somente quando os ovos já estiverem batidos então diga para acrescentar o açúcar e espere, e assim por diante.

4 – Evitar distrações

O ideal para um paciente com demência é fazer uma coisa de cada vez. A Dra. Miranda indica, por exemplo, desligar a TV no horário da refeição, ou evitar conversar sobre um assunto qualquer no momento que o paciente está se vestindo. Ela garante que isso “facilita o fazer para o paciente, e agiliza o terminar da tarefa para o cuidador”.

Dessa forma, o doente apresenta menos episódios de agitação. 

De acordo com um manual para o cuidador  (http://www.uesc.br/editora/livrosdigitais2015/alzheimer_manual_cuidador.pdf) elaborado pelo Núcleo de Estudos do Envelhecimento da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), na Bahia, é possível reduzir a agitação com outras medidas, como:

  • Não receber muitas visitas em casa de uma só vez
  • Evitar barulhos, ruídos, sons muito altos e discussões em casa
  • Evitar mudanças bruscas na rotina do paciente
  • Acariciar e abraçar o paciente
  • Falar tranquilamente e não discutir com o paciente

5 – Ser flexível

A pessoa com Alzheimer pode ser teimosa com algumas coisas. Quando ela fica insistindo numa ideia, não adianta tentar convencê-la do contrário. A melhor estratégia é ser flexível e adaptar para agradar o doente. Por exemplo, o paciente passa a rejeitar um alimento; em vez de insistir que ele o coma, alegando que adorava aquela comida no passado, apenas mude o cardápio.

Garantir a segurança física daquele que sofre de Alzheimer é algo fundamental. O manual da UESC ensina como evitar quedas em casa, muito comuns em idosos, e ainda mais entre os que sofrem de Alzheimer:

  • Conserve objetos de uso cotidiano sempre no mesmo lugar e com fácil acesso
  • Evite produtos que deixem o piso escorregadio, além de tapetes e capachos
  • Deixe os locais de circulação livres
  • Ilumine todos os cômodos da casa
  • Evite que o idoso use chinelos e sapatos com sola lisa, desamarrados ou mal ajustados
  • Eleve a altura das cadeiras, poltronas, camas e vasos sanitários
  • Utilize corrimão em escadas
  • Evite acidentes no banheiro, o que pode ser feito com cadeira ou banco para o idoso se sentar para o banho, barras de apoio no boxe e ao lado do vaso sanitário, piso antiderrapante, além de deixar a porta do banheiro sem trinco ou chave.

Atitudes simples podem elevar a qualidade de vida da pessoa com Alzheimer. Não a ignore, não a trate como uma criança e nem fale dela como se ela não estivesse ali presente. 

O doente precisa perceber que é ouvido. Ouça-o e converse, com tom de voz tranquilo e amigável, olhando-o nos olhos e segurando sua mão. O foco deve ser para o lado positivo, evitando dar ordens ou discutir. Assim, o estresse é reduzido, não só para o paciente, mas também para todos aqueles que estão à sua volta.

Fontes:

http://www.blog.saude.gov.br/index.php/53193-cuidados-simples-podem-aumentar-qualidade-de-vida-de-pessoas-com-alzheimer

https://www.ineuro.com.br/para-os-pacientes/alzheimer-o-que-fazer-e-o-que-nao-fazer/

https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/como-lidar-com-o-paciente-de-alzheimer/

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