VOLTAR

Esquizofrenia Refratária

O que é?

Também chamada de resistente ao tratamento, este tipo de esquizofrenia é associado a fatores de risco genéticos e ambientais. Em algumas situações, as pessoas que convivem com o paciente tem a impressão de que os tratamentos não estão surtindo efeito ou até piorando o quadro, contudo, para se estabelecer que é de fato esquizofrenia refratária é necessário uma avaliação médica apropriada.

A esquizofrenia refratária acontece quando não há melhora dos sintomas característicos da doença mesmo com tratamento adequado. O paciente se insere nesse quadro após seguir corretamente dois ou três tratamentos com medicamentos (antipsicóticos) em doses e duração apropriadas e não apresentar resultados satisfatórios dentro do esperado. Na esquizofrenia refratária há uma persistência de sintomas da doença como alterações significativas do comportamento, desorganização mental, delírios (crenças ou ideias fixas mesmo se mostradas evidências contrárias, por exemplo, de perseguição ou invasão de extraterrestres) e alucinações (perceber como sendo real algo que não está ali, como a experiência de ouvir vozes).

Diagnóstico

O diagnóstico de esquizofrenia é clínico e baseado na presença de sintomas específicos, descritos nos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Os critérios são bem definidos e vão desde delírios e alucinações a diversas outras manifestações comportamentais que compõem o quadro de esquizofrenia e que devem ser avaliados por um especialista. A refratariedade é definida pelo psiquiatra ao longo do tratamento conforme a resposta do paciente a medicamentos, como especificado nas diretrizes de tratamento da esquizofrenia. Ainda não existem exames de imagem ou sangue capazes de diagnosticar a esquizofrenia (incluindo a refratária).

Tratamento
 
A esquizofrenia refratária pode ser controlada, sobretudo com a devida adesão aos tratamentos clínicos para a promoção de uma melhor qualidade de vida e convivência social e familiar. Ainda não existe cura para a esquizofrenia, incluindo a refratária. O principal desafio é, sem dúvida, controlar os sintomas, que são bem característicos, por meio de medicamentos (principalmente antipsicóticos), psicoterapia (individual e/ou familiar) e outras estratégias de intervenção para que o paciente possa ter uma vida o mais próximo possível da normalidade e reduzir o risco de recaídas. Além disso, adotar hábitos de vida saudáveis incluindo uma rotina regular de sono e exercícios, abstinência drogas ilícitas e bebidas alcoólicas e, especialmente, seguir o tratamento e fazer o devido acompanhamento médico periodicamente ajudam muito o paciente com esse problema de saúde mental. A esquizofrenia refratária é uma doença que requer atenção especial, incluindo das pessoas do convívio do paciente, e tratamento especializado e multidisciplinar, de modo a minimizar o impacto da doença na vida do paciente.

Referências:

Nunes FDD, Pinto JAF, Freitas PHB, Souza ARS, Silva VCM, dos Santos LL, Machado RM. Esquizofrenia refratária: prevalência de polimorfismos genéticos dos genes DRD2 e DRD3. Anais do XIV Encontro Internacional de Pesquisadores em Saúde Mental, Encontro de Especialistas em Enfermagem Psiquiátrica. 2016: 52883. Disponível em: https://proceedings.science/saude-mental/trabalhos/esquizofrenia-refrataria-prevalencia-de-polimorfismos-geneticos-dos-genes-drd2-e-drd3
Elkis H, Meltzer HY. Esquizofrenia refratária. Rev Bras Psiquiatr. 2007;29(Suppl 2):S41-7.
Ministério da Saúde. Portaria SAS/MS nº 364, de 9 de abril de 2013. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Esquizofrenia. Diário Oficial da União, Brasília (DF); 10 abr 2013; Seção 1:68.
APA. What is schizophrenia? [Internet]. Washington (DC): American Psychiatric Association; 2017 [citado mar 2019]. Disponível em: https://www.psychiatry.org/patients-families/schizophrenia/what-is-schizophrenia
Cordioli VP et al, revisão técnica. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5a ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.
Howes OD, McCutcheon R, Agid O, de Bartolomeis A, van Beveren NJ, Birnbaum ML, et al. Treatment-Resistant Schizophrenia: Treatment Response and Resistance in Psychosis (TRRIP) Working Group Consensus Guidelines on Diagnosis and Terminology. Am J Psychiatry. 2017;174(3):216-229.

COMPARTILHAR:

CONTEÚDOS RELACIONADOS

EDITORIA
O que é o Alzheimer?
EDITORIA
O que é Transtorno de Ansiedade Generalizada?
EDITORIA
O que é Depressão?